domingo, 24 de janeiro de 2016

O que gostava na Presidência da República
O futuro inquilino em Belém, seja Sampaio da Nóvoa ou Marcelo Rebelo de Sousa, vai ser como o ovo. Só depois de aberto se vê se tem salmonela, embrião de pinto, ou está fresco. São duas pessoas muito diferentes, com qualidades e defeitos. A cada um a opinião sobre a proporção. 
Pela minha parte, e embora com aspectos que não me descansam, creio menos danoso para o País a eleição do jurista.Mas que gostava eu acontecesse depois de 9 de Março, data salvo erro da tomada de posse?Que use os seus poderes constitucionais, designadamente o de endereçar à AR mensagens escritas.Que acabe com a mania de décadas de criticar governo e AR em ocasiões cíclicas, por exemplo 25 de Abril. Que acompanhe, de facto, a governação, e que nas conversas privadas com o PM (este ou outro qualquer) lhe dê educadamente nas orelhas, mas com assertividade. Que o avise, quando for caso disso.Que pondere sobre o regime em que vivemos, que não é mau. Que faça de forma prudente e recatada, com o presidente da AR e com o PM em primeiro lugar, e gradualmente em colaboração activa com os partidos, uma progressiva reflexão pública sobre o regime e o estado a que isto chegou. Designadamente na justiça.
Que ensine a CRP, que incentive constantemente o combate à abstenção e ao laxismo.
Que incentive e porventura lidere, com prudência, a reflexão sobre as funções do Estado. Que pondere a defesa nacional na qual, as forças armadas são apenas um dos pilares, o pilar militar.
Que se abstenha de comentários patetas, que seja equilibrado. 
Equilibrado enquanto pessoa, equilibrado enquanto fonte de despesas, equilibrado nas nomeações que lhe cabem efectuar, equilibrado nas deslocações dentro e fora de portas, equilibrado no séquito que desde Mário Soares se tornou uma lamentável marca da presidência. 
Em suma, que seja prudente, assertivo, directo, intelectualmente honesto, que decida sem pensar em segundo mandato, que não se deixe amarrar nem por civis nem por militares, que visite tudo o que de bom e mau existe no País. 
Que seja português, e não um estrangeirado.AC

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