sábado, 23 de janeiro de 2016

A PROPÓSITO DO ESTADO A QUE ISTO CHEGOU
É infeliz tradição, creio que mais em Portugal e países como o nosso do que em outras democracias mais maduras e civilizadas, na morte de certas pessoas esquecer-se convenientemente as facetas menos simpáticas que cada um de nós, TODOS, temos.
Saem sempre à estampa, sempre, as considerações mais altamente elogiosas, em alguns casos chega mesmo a ser quase indecoroso. A meu ver, naturalmente.
Por outro lado é verificar as auras que se criaram, laboriosamente, ao longo de décadas, e a deturpação de factos passados.
E isto acontece com todas as cores políticas, sem excepção.
E antes que alguém mais apressado se indigne, devo salientar bem a minha posição, que releva da minha formação profissional.
Na apreciação de qualquer pessoa, devem salientar-se, e vincadamente, as diferentes características positivas, as qualidades, os méritos, a obra realizada. Isto, sempre em primeiro lugar, destacado.
E este método deve aplicar-se a todos os níveis sociais, as todas as camadas profissionais. Aos políticos, aos diferentes servidores do estado. Devia ser assim para todos os cidadãos.
Mas também aprendi que, em segundo lugar, se devem identificar as deficiências. Sobretudo com o objectivo da sua correção, da diminuição da insuficiência. As insuficiências não devem ser apontadas com má intenção. Mas devem ser apontadas. Por outras palavras, salientar "o serviço", como "serviram". Mas não esquecer o resto.
Mas por cá tem-se o lamentável costume de esquecer que alguns dos muitos que prestaram bom serviço, também se serviram. O que não é bonito.
Almeida Santos faleceu. Pessoalmente considero que desapareceu uma figura de grande relevo.
Mas, e eu não tenho conhecimentos sobre a coisa, parece que se levantam fortes dúvidas quanto à colagem que fazem aos chamados "democratas de Moçambique". Nos OCS nada sobre isto.
Do que tenho ouvido sobre a vida de Almeida Santos, do que se passou, creio que António Lobo Xavier fez uma abordagem mais perto da realidade. Adiante.
António Guterres vai ter o seu nome como candidato ao cargo primeiro na ONU. Como português gostava que ele ganhasse o lugar.
Mas não esqueço a sua postura em certas ocasiões, enquanto foi PM, por exemplo em actos oficiais. Além disso, parece ser um facto, que enquanto "guardião" para os refugiados não terá visitado certos lugares quentes.
Antes teve o conveniente pântano. Mas teve logo emprego. Adiante.
Saramago, outro vulto desaparecido, tinha qualidades e defeitos. No seu caso, como não era bem um político, já os OCS e as redes sociais salientaram, e bem, as suas imensas qualidades mas, também, recordaram muito bem as suas acções designadamente nos primeiros anos após o 25 de Abril.
E a lista pode ser até se querer.
Mário Soares e Cavaco Silva, ainda felizmente entre nós, quando falecerem, vai ser quase de certeza um fartote de elogios.
Responsabilidade pelo estado a que isto chegou ZERO. Dirão até - dois enormes estadistas. Adiante.
É a sina do TUGA. Todos excelentes, mas isto está um bocado para o torto.
AC

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