domingo, 10 de janeiro de 2016

Malfeitores. ilusionistas. ilusões. Desconsolo. Incertezas. Insegurança.
Ou, em outra versão, já vi executivos a chorar.
Volto à carga. Não pretendo maçar quem tem a gentileza de me visitar/ ler. Mas,.....relevem,.........
Recordaria que, malfeitor é aquele que comete crimes ou actos condenáveis, e ilusionista é o “artista" dedicado a produzir ilusões. 

A maioria dos meus concidadãos, presumo, associa as duas categorias à criminalidade muito ou pouco violenta mas eu, há décadas, que tenho nesta lista a (maioria da) malandragem dos escritórios, dos aconselhadores, dos comentadores, dos assessores, dos senadores da República, dos empreendedores, da nata política à nata dos servidores em cargos públicos (autarcas, por exemplo), e por aí fora. Não todos, mas muuiiiitttoooos.

Lembrando o blogue que durante muitos anos me acolheu, e onde não terei sido sempre feliz nas minhas considerações, porventura injusto algumas vezes, creio que a realidade se tem encarregado de mostrar a justeza global da minha revolta, e ali periodicamente partilhada, quanto à banditagem que vai alegremente destroçando Portugal. Ou estou enganado?

Baseio-me tão somente no que sempre tem sido feito, e continua, variando apenas e consoante os “artistas”, quer a dose quer os tons, com que essa gentinha injectou e injecta na nossa sociedade as ilusões, que procuram e conseguem quase sempre, vesti-las como realidades alcançáveis.
Alimentam esperanças que o tempo vai mostrando serem vãs, para não dizer, trágicos desfechos.
Na realidade vão, TODOS, nomeando “boys e girls” com contratos mais alargados no tempo para que a banditagem que vem a seguir, se os despedir, ter que lhes pagar chorudas indemnizações.
E a desgraça, como repito periodicamente, é que a esmagadora maioria das pessoas acredita nas ilusões, para não ter que (presumo) reconhecer que essas esperanças são mesmo irrealizáveis.
A característica que mais evidencio, e é comum nestas gerações de malandros, TODOS, é o desprezo total e absoluto pela verdade. Dizendo isto ainda mais rigorosamente, têm um desprezo total e absoluto pelo cidadão comum. Valores? Vá de retro satanás"

Os malfeitores tanto nos mandam ter cuidado, como nos atiram à cara que estamos bem demais e acima do que merecemos, como nos querem fazer crer que o que deles ouvimos nas TV não foi o que eles disseram, como o inefável e ainda actual inquilino de Belém. Os ilusionistas tanto nos apontam o dedo para encolher o cinto como nos dizem do alto das suas cátedras que, afinal, quem nos mandou apertá-lo, estava completamente tolo e não mediu as consequências. E a esmagadora maioria dos meus concidadãos continua a acreditar em tudo isto. E culpam o costume, a troika, a Alemanha, o liberalismo, e por aí fora.
A esmagadora maioria dos meus concidadãos parece continuar a privilegiar o - é deixar andar, melhores dias virão. Pois! E o terrível é ouvir isto de pessoas bem informadas e com formação mais do que universitária. As ilusões em Portugal, e na Europa, prosseguem. 
Temos a Ucrânia que para a maioria dos europeus - isso é lá com os ucranianos e a Rússia temos a desindustrialização brutal na Europa e os europeus acham - ah, o estado social aguenta o desemprego - temos a diminuição da natalidade mais ou menos generalizada e os europeus - ah preciso é ir de férias para a neve ou Sul de Portugal e Espanha - temos a Síria, o Iraque, o Daesh, o terrorismo e as vagas de assalto à Europa e por aí fora - ah, não há-de ser nada. O inconformismo, o encolher de ombros.

Os malfeitores e ilusionistas riem-se disto tudo, riem-se de todos, enquanto amealharam/ vão amealhando fortunas com as formações que quase não deram nas suas empresas, enquanto rebentaram/ rebentam com as fábricas da competição, enquanto engordaram/ engordam na especulação na bolsa, enquanto preservam (e desde o tempo de Salazar) propriedades lá fora algumas até em países que eram da esfera comunista. 
Entretanto, receberam/ recebem dividendos brutais, enquanto colocam há anos lá fora fortunas colossais. Se alguém lhes aponta o dedo - isso não é verdade, prove.
E depois, alguns ilusionistas políticos, de todos os quadrantes, e muitas vezes até após extenuantes jornadas parlamentares anunciam, por exemplo, legislação para combater a corrupção. Dá vontade de rir? 

Onde está a legislação (por exemplo):
- que permita deitar imediatamente abaixo o construído à margem da lei, leia-se, PDM´s e legislação vária sobre regras para a construção civil? Entre dezenas de tristes exemplos, veja-se o que se NÃO passa na ilha de Faro e noutros locais do Algarve;
- que impeça a acumulação por parte dos autarcas das várias empresas que as câmaras criam?
- que obrigue quem de repente evidencia fortunas não condizentes com salário do agregado familiar, a provar de onde lhe veio esse brutal e repentino provento?
- que impeça que para o mesmo caso os mesmos defendam o Estado e a seguir os opositores do Estado?
- que crie regras duras impedindo as falcatruas autárquicas como a passagem despudorada de terrenos agrícolas a urbanizáveis?
- que elimine a maioria das fundações, institutos, e observatórios, que se constituem como um dos grandes centros de parasitagem e sorvedouro de dinheiro público?
- e por aí fora, que a lista nunca mais acaba!

E o terrível, é que a esmagadora maioria dos meus concidadãos continua eufórica por terem vindo a lume parte dos nomes de portugueses com fortunas não declaradas, sediadas na Suíça - “estão a ser apanhados. Euforia, também, com a sucessão de casos mediáticos na justiça. A maioria nunca perceberá que os vários ex-PM do nosso País, e muita outra gentinha, sabem destas coisas há anos, que existem há anos perdões fiscais, e não percebem que a legislação (códigos, etc) bem favorece a malandragem. 
Nunca perceberá que “offshores” não é uma coisa da Europa, é uma coisa a nível mundial, que não vai acabar. Um dia, na UE, se ela ainda existir, decisões talvez sejam tomadas para minorar certas fugas aos impostos. Mas a Holanda e o Reino Unido, por exemplo, continuarão a privilegiar os negócios e a ter portanto políticas fiscais mais acolhedoras. É olhar para a história, e ver quem, séculos atrás, financiou guerras na Europa e não só. Os interesses obscuros, persistem, prosperam. Comem à mesa do orçamento, há décadas.

Os malfeitores e ilusionistas, no passado, estiveram-se nas tintas para o arrancar das vinhas, para a destruição da frota pesqueira, etc, etc, etc, tudo sempre à conta da engorda dos subsidiozinhos, da formação fantasma, e dos fundos. 
Serviços, Sol, turismo, sim, é importante, mas creio insuficiente para sustentar o estado social, que eu gostava que vigorasse e melhorasse, e não o contrário. 
Mas eu não tenho ilusões, e não me conformo com o deixa andar.
Ah, meu caro senhor, mas lá fora passa-se mais ou menos o mesmo. Não se martirize!!!! 
Sim, creio que sim, mas em que é que isso resolve os problemas na sociedade portuguesa?
AC

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