A PROPÓSITO de LAPAS!..............
No gozo, alguns como eu, chamam ao marisco peixe com casca!
Marisco, não alcançável pela maioria, que se tem de contentar com tremoços, alcagoitas e umas "minis" ou mesmo "imperiais".
Pela minha parte, a vida profissional/ carreira proporcionou-me muitas ocasiões em que fui um felizardo, isolado ou juntamente com outros, por me poder banquetear com mariscos.
De facto, a vida, na carreira e fora dela, proporcionou nesta matéria coisas muito gostosas, muitas a pagar, outras não.
O meu primeiro contacto com marisco data de 1955, 8 anos de idade, praia de Paço de Arcos, na altura com muitas rochas do lado oposto à doca, onde com o meu avô materno íamos apanhar mexilhões e burriés, que ele adorava. Que eu ainda não comia.
A minha primeira iguaria, muito novinho e portanto muitas décadas atrás antes do 25 de Abril, foi no Algarve, um conjunto variado de "guloseimas", excelentes amêijoas, lingueirões, cadelinhas, búzios, camarão, mexilhões, caranguejos, santolas.
Tive a sorte e o privilégio, também no tempo da outra senhora, de comer entre outras coisas umas magníficas ostras, a bordo de um navio de guerra francês. "Haute cuisine".
Já muito lá para trás, fantásticas recordações, Toulon e Nantes, excelentes e opíparos jantares de "fruits de mer" os mais diversos. De Stavenger, peixes magníficos e excelentes mariscos. Palma de Maiorca não foi mau.
No Mindelo, baía das gatas (da família dos tubarões), 1969, mais do que um empanturranço de lagostas; quase repeti quando lá estive em Novembro de 2011.
Excelentes ostras e camarão na Guiné-Bissau, 1971-1973.
Vigo, excelente marisco a par da triste recordação de já não estar entre nós quem partilhou esse passeio e as iguarias.
Para lá da "estranja", por exemplo, excelentes recordações dos "cavacos" no Faial em 1981, ou das gordas lagostas e estupendas lapas em S.Jorge; estas, grelhadas e em arroz.
Em Lisboa, nas recepções das embaixadas mais importantes, de vez em quando esmeram-se!
No Funchal, na famosa Quinta da Vigia, 2003, um fantástico jantar recheado de muito e variado marisco, oferta de "Alberto", pagando o contribuinte, claro.
Em síntese, vieiras grelhadas em casa, gambas e camarões também cozinhadas por "chefe António".
Por fora, na restauração, muita parcimónia apesar de Costa ter decretado o fim da crise e o virar da página e assim, de vez em quando, amêijoas, gambas e sapateiras lá são "visitadas"!!
Em síntese, tenho saudades de burriés, lavagantes, percebes, lagostins, lagostas.
Quanto ás LAPAS, tal como - há mar e mar há ir e voltar - lapas existem que se agarram, desesperadas, ao local onde estão.
Santana Lopes escreveu sobre isto, não sei se para afastar algumas lapas da preparação do seu discurso/ programa ou para chamar outros mariscos para a sua escrituração e aconselhamento.
Fico preocupado, pois esta gente gosta muito de marisco (estou a lembrar-me de um sacripanta de outro partido que mandou dizer - o sr ministro gosta muito de lagosta - e que recebeu a resposta lacónica - aqui neste avião do estado as ementas estão definidas!), depois não lê o que devia ler, confia sempre na má memória dos cidadãos (NEM TODOS e uns têm bons arquivos e boa informação do passado) gagueja nas cerimónias, e ...já chega, não?
AC
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