O SÍTIO da PRESIDÊNCIA da REPÚBLICA
Desde que eleito, Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou um novo estilo de presidência. Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva, todos tiveram estilos próprios, diferentes, inclusive dos primeiros para os segundos mandatos.
Todos com qualidades e defeitos, como todos os seres humanos.
Na minha opinião, particularmente no primeiro mandato, Marcelo contribuiu bastante para que muitos portugueses olhassem para as instituições de modo diferente. Creio que se pode afirmar que logrou e em grande parte conseguiu uma aproximação dos cidadãos às instituições.
Como tenho referido em outras ocasiões, e tenho visto que a opinião não é só minha, Marcelo tem tratado de desbaratar esse capital político. Muito por causa da sua postura mais para o final do seu primeiro mandato, quando na eleição em que voltou a ganhar não votei nele, votei em branco. Não me abstive.
Entre outras coisas, Marcelo fez do sítio da Presidência uma espécie de diário, publicitando as suas diversas e diferentes tarefas constitucionais, transmitindo o seu sentimento de pesar a Chefes de Estado estrangeiros, ou a familiares de cidadãos nacionais os mais diversos.
À primeira vista parece evidente um critério. Mas, opinião pessoal naturalmente, analisando com profundidade como faço desde o início em que é Presidente, descobre-se aqui e ali uma ou outra curiosidade.
Por exemplo, faleceu agora um actor e, contrariamente a casos anteriores, não vi uma linha sobre isso. Não estou a dizer bem ou que está mal, só a referir uma situação diferente de outros no passado.
Sobre a tragédia do barco que outro dia se afundou com centenas de fugitivos de África, também não me apercebi de qualquer referência.
Mas uma das situações para mim mais curiosas e a que no passado chamei à atenção, foi a do trabalhador mortalmente atingido pelo carro de serviço do sr Eduardo Cabrita. Nem uma palavra pública à família enlutada, quanto mais uma linha.
Há assuntos bem mais importantes. Aqui, curiosidades, apenas.
AC