sexta-feira, 4 de março de 2022

MARCELO  o  DURO
Pela pena da jornalista Leonete Botelho diz o Público que Marcelo travou isto e mais aquilo no âmbito das Forças Armadas (FA), concretamente, é referida a indigitação de um vice-almirante para ser o nº 2 da Marinha agora gerida e chefiada pelo ex-vice-almirante das vacinas, depois de outro não ter sido do agrado de Marcelo.
Não sei se seria essa a intenção da jornalista mas quase me pareceu que, entre outras coisas, se pretende mostrar uma grande firmeza da parte do Presidente e comandantezinho supremo das FA.

A jornalista recorda depois a telenovela de há meses quanto à chefia da Marinha, a tal palhaçada dos equívocos e outras inerentes lamentáveis situações e posturas.
Recorda depois que o DN noticiara em tempos quem seria o nº 2 de Gouveia e Melo (GM), o tal oficial que Marcelo vetou segundo a notícia do DN. Diz depois que o nº 2 da Marinha foi empossado em 18 de Janeiro passado. 
Revela ainda a jornalista que o ex-CEMA Mendes Calado foi condecorado no passado dia 2 de Março juntamente com o seu homónimo da Força Aérea e que também foi corrido pelo governo com a benção de Marcelo. Marcelo é aliás especialista em elogiar e tecer grandes loas por exemplo numa cerimónia restrita mas abençoa depois um chuto no rabo dado pelo governo à pessoa que tanto elogiara na dita cerimónia. Há testemunhas. Faz todo o sentido, revela bem o carácter.

Na cerimónia restrita de condecoração dos ex-chefes da Força Aérea e Marinha não estiveram presentes nem o presidente da AR, nem o Primeiro-Ministro, nem o inarrável ministro da defesa nacional, nem o almirante Silva Ribeiro (SR) (CEMGFA) e actual chefe todo poderoso da instituição militar portuguesa. Faz todo o sentido, revela bem os carácteres.
A jornalista termina o seu escrito tipo cereja em cima de bolo, diz que GM é muito próximo de SR e, tendo em conta o calendário, GM poderá estar a posicionar-se para suceder a SR como CEMGFA. Se isso não acontecer, GM pode ainda aspirar a candidatar-se à Presidência da República em 2026. Este escrito quase parece referir um prémio de consolação.

Esta notícia é mais uma das dezenas sobre as FA, sobre SR, sobre GM, sobre cenas envolvendo Marcelo, Cravinho e Costa.
Estou desde há muito convencido de que a esmagadora maioria dos meus concidadãos (99,9999 % ?) estão-se borrifando para os assuntos militares, para as FA, querem lá saber do que se passa no seu seio, querem lá saber de quem é nomeado ou exonerado, sabem lá quem é e o que é um comandante naval, ou das forças terrestres, etc.

Provavelmente, este artigo é mais um daqueles que em certos meandros se designa - para encher chouriços - mas pode dar-se o caso de ser parcialmente uma encomenda, seja de algum dos envolvidos (há quem tenha Curriculum nessa matéria), seja de quem pretenda convencer-nos de que está muito atento. 

Seja o que for a jornalista podia ter sido menos superficial, menos dramática, mais rigorosa. 
Poderia por exemplo sinteticamente referir a lei em vigor enquadrando a questão de certas nomeações de chefias e podia, já que deixa indícios de tramas, explicar as coisas melhor. 
Por exemplo, referindo que um vice-chefe só o virá a ser se o Presidente da República homologar a nomeação decidida por quem de direito como se define na lei em vigor e que reproduzo em baixo.

LOBOFA - Artigo 25º
Nomeações
1 - As nomeações de oficiais para cargos de comando nas Forças Armadas, bem como as correspondentes exonerações, efetuam-se por decisão do Chefe do Estado-Maior do respetivo ramo, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
2 - ………………………...
3 - Compete ao Ministro da Defesa Nacional nomear e exonerar, sob proposta do Chefe do Estado-Maior do respetivo ramo, os Vice-Chefes de Estado-Maior dos ramos.
4 -………………………..
5 - As nomeações e exonerações referidas no n.o 3 e na alínea a) do número anterior são sujeitas a homologação do Presidente da República, sem o que não produzem quaisquer efeitos.
………………………….

A jornalista deixa no seu artigo insinuações implícitas. Mas saberá alguma coisa, de facto? 
Ou está-se borrifando para investigar, por exemplo, porque não terá havido a dita homologação? 
Terá a ver com certos passados e certas jogadas que tempos atrás deram brado nos OCS e não só?
Fico por aqui, que o meu melhor amigo militar não quer que eu explique mais.
AC

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