terça-feira, 16 de janeiro de 2018

TANCOS, e não é para desanimar ??.....

Passados estes meses todos sobre, o que disseram alguns, aquilo em que se contradisseram, certas inqualificáveis declarações, certas palavras serem sagradas, murros no estômago, ódiozinhos entre departamentos do Estado, audições várias na AR, relatórios que seriam produzidos, apuramento de responsabilidades, material de guerra devolvido para uma mata já incluindo umas "caixinhas inofensivas" de prenda (de que desconheciam a existência (ou seja não estariam inventariadas)) e isto depois de denúncia anónima ao que parece para GNR de Loulé (???), insistências por parte da AR, o PM a lembrar “à justiça o que é da justiça" (como é seu timbre desde que foi ministro anos atrás...)  e outras “boutades” do género, e o PR a exigir o apuramento de tudo mas de tudo mesmo com muitas dores, o que é que eu tenho presente?

Tenho presente e concluo que:
> O “furto” (??) terá ocorrido a 28 de Junho passado, e só passadas mais de 24 horas começaram a reagir certos departamentos do Estado, departamentos pomposamente estabelecidos em lei, mas que, na maioria dos casos, mais não são que sacos de vento, inócuos, uns faz-de-conta;
> Depois de 28 de Junho, muitos foram para os jornais, muitos foram à AR, muitas visitas a Tancos, várias encenações em frente das câmaras de TV; algumas, bem infelizes;
> Finalmente, o Exército entregou à comissão parlamentar de defesa (CPD) alguma documentação, classificada e, parece, nunca virá a público; parece que não identificaram os títulos de cada documento, o que se for assim é esclarecedor sobre a transparência e verticalidade desta gentinha toda;
> o comandante do Exército foi muito ouvido na AR; o inenarrável presidente da CPD parece então ter ficado muito satisfeito com o que ouviu, ao ponto de dizer que foi muito esclarecedora a audição, e que houve muita transparência (só dá vontade de rir), e que a documentação recebida respeitava ás averiguações internas no Exército;
> ainda assim, este “presidente” deixou cair que não deve haver hesitações quanto à investigação, ao debate e procura de soluções para que não volte a acontecer (POIS!!!), e recusou-se a antecipar se a CPD poderá vir a revelar as conclusões da investigação em curso. Garantiu ainda que a comissão vai continuar a querer ver tudo esclarecido, como insistentemente tem pedido o Presidente da República (outra vez, só dá vontade de rir);
> continua a nada se saber sobre o que falhou; a óbvia conclusão de qualquer pacóvio é - vão continuar a esconder os erros e poucas vergonhas;
> para lá de outras vertentes, também designadamente quanto a transparência, este processo todo incluindo os seus protagonistas, é mais um eloquente exemplo daquilo em que Portugal se transformou. 
O tal País maravilhoso propalado por vários.


Isto relembrado, continuo à espera das reações do Presidente da República/ Comandante Supremo das Forças Armadas. 
O tal que tem memória de elefante, que exigiu (ainda exige??) o apuramento de tudo até ás últimas consequências, doa a quem doer.
Pessoalmente estou convicto de que vai continuar a fazer um sorriso cada vez mais amarelo, e se lhe perguntarem alguma coisa (o que não fazem) vai dizer laconicamente que aguarda os resultados das investigações do MP, PJ, PJM, e que o PM, o MDN e o CEME já o informaram sobre o apuramento das averiguações internas no Exército e não há mais nada a dizer sobre isto.

Repito o que já perguntei em outras ocasiões:
Serei só eu que sinto cada vez mais vergonha disto tudo?
Repito, sou só eu?
Pelos silêncios habituais e baseado na célebre quem cala consente -  devo presumir que não sou só eu??
Corro o risco de estar enganado?

António Cabral

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