Uma das queixas frequentes em Portugal, de todos os lados mas sempre por razões e intenções diferentes, respeita á justiça ou, melhor, á falta dela. A questão das garantias, os inúmeros códigos, a legislação por tudo e por nada e para tudo e mais alguma coisa, e por aí fora. É um assunto a que presto acrescida atenção.
Outra polémica mais recente prende-se com a determinação sobre os feriados.
Isto dito, e começando pela última questão, continuo com as maiores dúvidas sobre a pertinência da decisão deste desgoverno. Mas além disso, e claramente discordando dessa legítima decisão governamental, que classifico como mais uma das últimas parvoíces realizadas neste desgraçado País, eu considero ser urgente instituir o feriado dos desmemoriados.
E olhando para a primeira questão supra, também considero que falta instituir o feriado nacional em honra dos malfeitores do colarinho branco.
É patético e dramático observar o crescendo de poucas vergonhas no meu querido e cada vez mais desbaratado País.
Admito que muitos portugueses se espantem com, o avolumar de problemas, com o avolumar de ditos e contradições de todos os lados do arco íris político, com o arrastar de processos, com certos jornalistas a atacarem cada vez mais o nosso sistema (que de facto anda adoentado) a propósito dos amigalhaços ou daqueles que fingem não admirar mas………..
Admito que muitos portugueses se espantem com a sucessão de desmemoriados que passam quer na Assembleia desta República quer pelos tribunais.
Mas, meus concidadãos, lamento muito que se espantem. Talvez se espantassem menos ou nada se, não ficassem tão entretidos e satisfeitos com as doses de futebol nas TV, não admirassem tanto os episódios mundanos das revistas que se podem observar nas bancas de jornais, não se distraissem com as questões secundárias gritadas desde o BE ao CDS e pelos que se perfilam para entrar na gritaria.
Se parassem um pouco e tentassem perceber como é possível tudo o que está a conhecendo no País, talvez não se espantassem tanto.
Se tentassem perceber as ligações de décadas acerca dos que rodam entre, os governos de todas as cores, a AR, os escritórios, as lojas, as empresas à conta de nós todos, certas universidades, certas fundações incluindo a teoricamente mais prestigiada do País, já não se surpreenderiam por exemplo, com a desfaçatez de um malfeitor de sorriso tonto.
Perceberiam talvez por fim quão inócuo é o instituto das audições parlamentares. Perceberiam o papel desempenhado por certos media que ao longo de anos louvaram persistentemente a excelência da “nata” que por cá diziam existir, e que era exemplo para estrangeiro ver. Esqueceram-se (????) de dizer o que há anos se sabia.
Perceberiam talvez, que uma coisa é a repulsa que nos causa tudo isto, a indignação, e outra é aquilo que se pode fazer hoje em dia para alterar este estado de coisas.
As teias que hoje existem e tolhem o País a todos os níveis, têm dois mentores que em grande parte foram também executores. Sempre se consideraram, cada um à sua maneira, os pais disto tudo.
Esses dois “meninos”, arranjaram um séquito de centenas, verdadeiros seguidores chupistas, e são esses que chupam o pouco tutano que Portugal tem.
Sabem bem que no estado actual, nem blogues honestos como este também se considera, nem jornais, nem TVs, nem manifestações, nem abaixo assinados, conseguem alterar este trágico rumo. Ainda por cima quando vários dos que estiveram no 25 de Abril também estão em lojinhas.
é isto e nada mais,……..pintassilgos nunca foram nem são pardais.
Vale a pena lembrar Miguel Torga - ......o País ergue-se indignado, moureja o dia todo indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto; falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma colectividade pacífica de revoltados.
AC