LÍDER, LIDERANÇA ….
Em Portugal, particularmente nos tempos mais recentes, nas constantes discursatas e nas demagógicas tiradas grandiloquentes que por aí amiúde nos importunam, cresce o emprego de palavreado como estratégia, liderança, governança, ética, responsabilidade, etc.
Na maioria dos casos, o tempo mostra a inconsequência mais a incoerência (para não dizer a ignorância) da maioria dos arrogantes palradores.
Na maioria dos casos, os palradores não interiorizam que ser eleito e ser nomeado é sempre para um exercício temporário, e não para puxar lustro ao (normalmente imbecil) ego.
Seja Presidente da República, chefe militar, governante, magistrado presidente de conselho de administração, director de uma associação, gestor, regulador, presidente de sindicato, vogal, etc.
Numa democracia, o exercício de cargos é sempre temporário, não é para a vida, não é para uma ou duas décadas.
Quem chega a uma determinada posição na sociedade, posição de maior responsabilidade, de serviço público, de serviço civil ou militar, tem de mostrar-se merecedor dessa responsabilidade, e manifestá-la durante o desempenho das suas funções, respeitando os outros, respeitando colaboradores, subordinados, cidadãos comuns.
Merecedor dessa responsabilidade, mostrando dignidade no exercício do seu cargo, mostrando que serve a comunidade na área onde exerce o seu mandato e não que se vai servindo do cargo.
Num órgão de soberania, numa empresa, numa associação, num sindicato, nas Forças Armadas, nas forças de segurança, nas unidades de saúde, no sistema de justiça, nas relações laborais, nos estabelecimentos de ensino, nas instituições de solidariedade social, etc., todos devem ter sempre presente que a sua acção deve contribuir para melhorar a sociedade, preservar o nosso regime, reforçar sempre a democracia e o estado de direito, e lutar contra as injustiças.
Se a todos isso cumpre fazer, mais ainda a quem tem incumbências de chefiar, dirigir, comandar, governar, cumprir.
A importância da liderança em todas as áreas da sociedade está mais que demonstrada na nossa época contemporânea.
E liderar pelo exemplo, pela dedicação, e procurar ser fonte de inspiração seja na sua área de actuação seja para fora dela, é indispensável. Caso contrário, como diz a minha idosa vizinha na aldeia - as coisas ensarilham-se.
Apontam-se inúmeras causas para o estado lamentável (opinião pessoal naturalmente) em que estão inúmeras áreas da sociedade portuguesa.
Não vou citar as últimas e deploráveis cenas protagonizadas por vários dos que tratam Portugal como a sua quinta e os seus concidadãos como infantis retardados.
Limito-me a observar os que tanto e constantemente falam em ética, honra, bom nome, transparência, competência, consistência, carácter, exigência, trabalho, etc.
Observo-os e, nos últimos tempos, tenho tido que tomar um comprimido Prinperan, que é um medicamento para aclamar as náuseas!
AC