sábado, 30 de novembro de 2024

RICO  ALMOÇO


Belíssimo bacalhau com natas, antecedido de magníficos peixinhos da horta. 

AC

LIDO POR AÍ 
Porque é que, sendo assim, terá o PS tantos "mixed feelings" acerca da data, porque é que esta lhe é, actualmente, tão incómoda? É que o PS sabe que só poderá aspirar a regressar poder se o fizer de braço dado com os derrotados do 25 de Novembro. É essa a razão do incómodo, o PS sabe que não pode hostilizar os aliados de que precisa.

Não me parece difícil a explicação.
Por exemplo, interessante ver na AR, como vi na passada 2ª Feira, imensas vezes a maioria da bancada PS aplaudir partes de outros discursos enquanto na fila da frente a parte BE do PS ficava quieta. Eloquente.

Igualmente interessante lembrar que o dito pai da pátria combateu ferozmente o PCP aliando-se a esquerdóides radicais, alguns dos quais, hoje, integram as fileiras rosa.

Igualmente interessante recordar que o dito pai da pátria esteve muito próximo durante uns tempos de quem a Norte executou deploráveis eventos,

Incomoda-os por razões táticas, de política geringonça contemporânea, e para ser do contra porque sim.
Será isto?

Tenham um bom Sábado, saúde. E muita paciência!
AC

A  PROPÓSITO  DA  PAZ  PÓS 1945

CONFLITOS: LÍBANO, IÉMEN, SÍRIA,  SUDÃO, GAZA, UCRÂNIA, BIRMÂNIA.

FORA AS QUESTIÚNCULAS EM MUITOS LOCAIS, FORA AS PERSEGUIÇÕES A MINORIAS, FORA AS IRRITAÇÕES PÓS ELEITORAIS.

PAZ, PORTANTO!

AC

Rolas do mar

AC
 

DELICIOSO
Em declarações à agência Lusa, o médico e gestor Joaquim Arenga disse que esse almoço pretende juntar cidadãos de “diversos setores da sociedade civil e de diferentes orientações ideológicas”.
“Estarão presentes cidadãos que não são maçons. Os promotores desta iniciativa são cidadãos que estão atentos à situação nacional e que entenderam que esta seria uma excelente altura para ouvir a análise de um homem como António José Seguro”, justificou Joaquim Arenga.

Pergunta-me o que acho delicioso?

Haver esse almoço? Não.

A maçonaria a movimentar-se? Não, sempre assim foi.

Querem avaliar para que lado cai a balança? Não.

O que acho delicioso é - estarão presentes cidadãos que não são maçons. Ainda não entraram . . . eh . . . .eh . . . 

AC

Zelensky admite acordo de cessar-fogo com adesão à NATO e sem os territórios ocupados pela Rússia por agora

O Velho depois de ouvir o Zelensky


AC
30  N0VEMBRO  2024
1719 - Chega ao Tejo uma frota proveniente de Nova Inglaterra com provimento de bacalhau
> 1762 - Armistício Luso-Espanhol
> 1874 - Nasce Winston Churchill 
> 1900 - Faleceu Oscar Wilde
> 1935 - Faleceu Fernando Pessoa
> 1995 - Faleceu Fernando Assis Pacheco
AC

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

QUE BEM SE ALMOÇOU
AC
Chega retira tarjas do Parlamento após aproximação dos bombeiros em autoescada.

Mais uma lastimável /deplorável / inaceitável palhaçada de Ventura e quejandos.

E que coerência apresentam esses (ia a dizer, senhores) tipos?
Enfim, estamos nitidamente a viver um crescente novo PREC, onde os esquerdas fazem o costume como por exemplo aprovar o que não aprovariam se estivessem a governar, com a extrema direita mais do que radical a fazer números provacatórios sucessivos.

Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem mas, neste caso, como em todos os anteriores desta gente, discordo liminarmente de tudo o que dali surge.
Usem a voz no parlamento.
AC

PORTUGAL

É um país com casa arrumada?

NÃO! Tudo nas nuvens!


AC 

MUCH  ADOE  ABOUT  NOTHING

Cada vez mais me lembro desta frase!

Boa 6ª Feira, fim de semana está aí. Saúde

AC 

CULTURA
. . . . . 
. . . . .
O fulgor da manhã recortado
no vidro solitário da casa,
o bafo do lume a desaguar diante dos olhos,
as pedras que lá fora se espreguiçam

alongando o caminho;

tudo se imiscui neste gesto
como se a existência
fosse afinal um colégio de singularidades
e a natureza precária do tempo
carecesse por vezes 

de ser enfrentada sem o ónus 
da vitória.

(Vasco Gato

AC

TADINHO

(Lido no "Público")

Sócrates perde mais um recurso destinado a afastar juízes da Operação Marquês.  “Arguido pretende atrasar o mais possível” a sua ida a julgamento, dizem conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça.
Ana Henriques 28 de Novembro de 2024, 17:16


AC


 


29  NOVEMBRO  2024
> 1612 - Batalha de Suvali, Índia, galeões da Companhia Inglesa das Índias Orientais desbarataram uma frota de barcas portuguesas
> 1807 - Família Real e séquito enorme que estavam já a bordo de navios larga para o Brasil
> 1807 - Tropas Francesas entram em Lisboa
> 1874 - Nasce Egas Moniz
> 1877 - Thomas Edison apresenta o fonógrafo
> 1947 - Resolução da ONU para dividir a Palestina em dois Estados, Israel e Palestina
> 1963 - Criada a Comissão Warren para investigar o assassinato de John Kennedy
> 2000 - Portugal, OE passa com a abstenção do deputado do CDS Daniel Campelo
> 2023 - Faleceu Henry Kissinger
AC

quinta-feira, 28 de novembro de 2024


 

Sócrates perdeu mais um recurso 😎

DEMOCRACIA
Em Democracia é importante, senão mesmo decisivo, aceitar,
- o valor inultrapassável que é a liberdade,
- as não unanimidades,
- pluralidade de ideias,
- divergência de pontos de vista,
- o imprescindível que é, ter respeito pelos outros.

Em Democracia, todos os titulares de órgãos de soberania, tal como os autarcas, tal como os chefes/ directores/ presidentes etc. devem ter bem interiorizado que o são temporariamente e, assim, devem cumprir escrupulosamente a Constituição da República Portuguesa e ter sempre presente os seus valores e, assim, SERVIR a sociedade e os seus concidadãos que os elegeram/ nomearam e não, SERVIR-SE dos cargos.

Alguém que lhes explique.

Tenham um bom dia. Saúde.
António Cabral

DEPLORÁVEL
A banca conseguiu esta tarde uma vitória no Parlamento, mesmo estando ausente. O Chega aliou-se aos dois partidos do Governo, PSD e CDS, para chumbar a proposta do PS para mexer nas comissões que os bancos aplicam na amortização dos créditos à habitação.

NÃO HÃO-DE TER LUCROS PORNOGRÁFICOS!

Assim ajudam os mais jovens, certo Luís Montenegro?

AC

PROVAS  PARA  CANTONEIRO
Palavras para quê?
AC
Eu, desde pequenino, estou acima do resto.
Ainda que já tenha dito, ele é o melhor de todos nós!

Nada de convicções ideológicas.
Estou como Luís XVI.

Afectos, espelhos, afectos, risos, gesticular, smartphone.
Desde pequenino antevia missão evangélica.

Banalizar, silenciar, gesticular, gula ao olhar os pratos.
Suspirar, sempre rápido e frenético, imprevisível.

Instabilizador, comentarista, analista.
Ridículo, patético, não confiável.

Foi feito tudo o que podia ter sido feito.
Está quase tudo resumido.

É isto. . . . Uf! 

AC

AI  É? 

Não me mantiveste como Eurodeputado, vais ver, vou começar a escrever.

O primeiro, em co-autoria, já aí está.

Mas não perdes pela demora, por mais artigos!

A vingança vai ser gelada!


Tenham um bom dia. Saúde.

AC

28  NOVEMBRO  2024
DIA DO MEDITERRÂNEO
> 1520 - Fernão Magalhães chega ao Pacífico
> 1907 - Nasce Alberto Moravia
> 1917 - Moçambique, I GG, forças militares coloniais Alemãs surpreendem as nossas em Negomano
> 1944 - Acordo Portugal-EUA para construção de base aéro-naval em Sta Maria
> 1990 - Reino Unido, Margaret Thatcher resigna 
AC

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

FOTOGRAFIA
AC
GUERRA  NA  UCRÂNIA
Mal que pergunte, é impressão minha, estou a ver mal ou, na realidade, foi diminuindo bastante o corrupio de "amigalhaços" de Zelensky a visitá-lo, a animá-lo, a visitar Bucha e outros locais massacrados?

Estou a ver bem?
Se é de facto a realidade, que conclusões tirar?
AC 
25NOV75, MÁRIO TOMÉ na TSF
27NOV2024 
"A extrema-direita estava escondida à espera do seu momento. O 25 de Novembro abriu-lhe o espaço todo"
. . . . . . 
Nós estávamos de prevenção rigorosa às ordens do Presidente da República. Nesse dia eu estava no COPCON [Comando Operacional do Continente] e, quando lá estava, recebe-se a notícia de que os paraquedistas tinham ocupado as bases aéreas. Aquilo pareceu-me um bocado estranho e resolvi imediatamente ir para o Regimento. Aliás, eu disse: "Isto cheira-me a 'golpaça'." Falei com o comandante e chegámos à conclusão de que íamos estar do lado dos paraquedistas, sem saber exatamente o que era. . . . . . . . 
. . . . . . . 
E ele: "Ó pá, quem disparou primeiro?" E eu respondo: “Quem mandou cercar a unidade militar por outra unidade militar foi quem disparou primeiro." Aquilo já não havia nada a fazer, não é? E eu, o Campos Andrada e o Cuco Rosa fomos por aqui abaixo, nas calmas para Belém, a pé. Em Belém, almoçámos um bacalhau com batatas, muito bem feito. Era para Presidente e companhia, com aquela malta toda, os atacantes e os atacados... Agora a questão fundamental aqui é: como é que eles conseguem explicar a tese de que havia um golpe contra o Estado ou contra o poder instituído dos “esquerdistas”? Daqui a Belém são 150 metros. Nós aqui tínhamos quase dois mil armados de G3. Eu uma vez, aliás, num debate na RTP com o Vasco Lourenço, perguntei-lhe assim: "Olha lá, então a gente estava a fazer um golpe? Qual era a força que vocês tinham para defender o Presidente da República?” Ficou a olhar para mim, sem resposta. E eu disse-lhe assim: “Tinham lá um sentinela, não era?” Portanto, o golpe foi deles. Foi preparado a partir de Tancos que definiu politicamente isto.
. . . . . . . . .
Eu tenho a minha opinião. Os pára-quedistas foram tramados. 
. . . . . . . . . . . .
Portanto, tínhamos um Governo bombista como os bombistas que o apoiavam e com quem ele se entendia bem e o próprio Conselho da Revolução entendeu-se bem com os bombistas. Estavam dispostos a tudo, por quê? Porque não eram capazes de aguentar politicamente o movimento popular que sai do 25 de Abril. Um movimento popular é a única coisa com força transformadora.
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A partir dai, a gente não se pode esquecer que os soldados já tinham assumido a ação política, acompanhavam o movimento popular e manifestavam-se. Aquilo de que as portas que o 25 de Abril abriu, nunca mais ninguém fecha é mentira. Foi fechada por estes gajos. 
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Acho que o Otelo, sabendo o que sabia, que sabia mais que eu, com certeza acho que se portou bem. Fez aquilo que tinha a fazer. Não aceitou um confronto militar.
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O confronto militar levava uma guerra civil?

Não. Isso é a atoarda do Mário Soares. Eu pergunto: guerra entre quem? As unidades chamadas revolucionárias eram quatro ou cinco. As outras estavam todas feitas com o travar do movimento popular, impedir que ele se desenvolvesse. Qual era a guerra? Eles tinham os aviões todos. Não havia guerra civil nenhuma e até a UDP caiu um bocado nisso. Não havia guerra civil nenhuma. Eles tinham tudo, tudo, tudo. Toda a força militar era deles.
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Sim, a extrema-direita estava escondida e estava à espera do seu momento. O 25 de Novembro abriu-lhe o espaço todo. O grande herói do 25 de Novembro é o Jaime Neves. Ele não participou no 25 de Abril, fingiu que participou. Jaime Neves não cumpriu as missões que lhe estavam distribuídas que era prender os comandantes daqui e dali que era onde estava a força que se podia opor ao Salgueiro Maia. Ele não fez isso, passou a noite nas calmas e depois apareceu a mostrar-se. Aliás, ele tinha dito ao Otelo que se soubesse que era para sair de África, não tinha alinhado. Ele foi obrigado a alinhar, sem alinhar, depois contemporizou, digamos assim, com balanço. 


E o PREC acaba mesmo no 25 de Novembro ou acaba antes, em setembro, em Tancos?
Em Tancos, há uma transformação política em que a esquerda militar ficou com a sua capacidade de intervenção diminuída, a sua capacidade de intervenção. A capacidade de intervenção da esquerda militar era fundamentalmente o povo em movimento, o movimento popular e a participação dos soldados. Mas depois havia os oficiais que compatibilizavam com isso ou que apoiavam isso, etc. Isso tudo levou uma machadada grande em Tancos. Mas o movimento continuava muito diminuído, porque, por mais que a gente ache que o movimento era fundamental e foi, tinha o guarda-chuva do MFA e, portanto, a independência do movimento popular - que era grande, era forte - contava muito com o MFA bonzinho, não é? Entretanto, isto reduziu-se bastante, partiu-se tudo. Aliás, o MFA partiu-se e isso teve consequências também no ímpeto revolucionário.

Quando é que sentiu que o golpe estava a ser preparado?
O meu pensamento era mais político do que militar. A participação militar era no apoio ao movimento popular. Podia ser um bocado ingénuo, mas, do meu ponto de vista, a revolução popular tinha de ser assumida pelos soldados e pelo povo, pela malta da reforma agrária. Isso é que era interessante. O resto eram as conspirações de corredor. E soube que eles fizeram uma lista dos malandros a prender. Isso mostra que eles é que foram os golpistas.

E estava na lista?
Claro, então não havia de estar? Se não estivesse é que eu desconfiava de mim próprio. Aquilo foi mesmo uma 'golpaça' urdida com os apoios da CIA, do Carlucci, dos alemães, dos franceses.
. . . . . 


Isto ajuda a esclarecer o 25NOV75?

AC
Ainda o 25 de Novembro de 1975
Há dias numa pequena reflexão sobre o assunto (evento que continua envolto em algum mistério, polémica, e que, infelizmente, quem sabe a rigorosa verdade histórica e está vivo, continua a manter alguma nebulosidade; porquê? Porque uns "donos disto" têm inconfessáveis?coloquei estas questões /perguntas:

1. PCP e muita esquerdalhada à sua esquerda não engoliu o fim do V governo provisório. Nem na altura nem hoje.
2. Os deputados Constituintes, com mais percalços ou não, com cercos ou não da AR executados por grevistas comandados esquerdas várias, continuaram o seu trabalho, e a CRP foi felizmente aprovada em 2 de Abril de 1976. Publicada em DR a 10 de Abril.
3. No seio das Forças Armadas e principalmente no Exército, creio que várias relações de força se alteraram, penso que os mais esquerdistas foram sendo afastados.
4. Houve uma real insubordinação de pára-quedistas de Tancos.
Quem a desencadeou, quem efectivamente a incentivou, quem depois se encolheu, quem assobiou para o ar como se nada tivesse a ver com aquilo? É um dos vários aspectos não esclarecidos.
5. O grupo dos Nove, sendo certo creio eu que Vasco Lourenço passou a comandar a região de Lisboa apenas umas horas antes de tudo teoricamente começar, sabia de tudo, não sabia, andou meses a preparar tudo ou não, estendeu a casca de banana, ou estenderam-lhe a casca de banana?
6. Como e quem sossegou os fuzileiros para se manterem nos quartéis, fuzileiros que, se têm saído para a rua, se calhar nada tinha ficado como ficou? Quem descansou o grupo dos nove sobre isto?
7. E a detenção de inúmeros oficiais, e a posterior instauração de processos, e o seu subsequente e progressivo afastamento das carreiras, e a quase total reintegração nas fileiras há alguns anos, e a condecoração em vagas sucessivas impostas por Marcelo, em nada disto há casos estranhos?
8. E Mário Soares e outros, é verdade ou mentira que foram para Norte, apoiados por sectores que a esquerda muito criticou e critica e, creio eu, com bastante razão?
9. E o real papel de Otelo? E a história do tristemente famoso COPCON? Que aconteceu de facto? Que acordos, que promessas?
10. E o PCP? Afinal, esteve por trás de tudo, só parcialmente, foi ultrapassado por esquerdalhada radical, qual a realidade?
Sabia de tudo, pouco controlava, ajudou os NOVE?
11. E as relações dentro do Conselho da Revolução, mesmo depois de depurado na sequência do fim do V governo provisório e do afastamento de Vasco Gonçalves e outros, foram calmas, sempre serenas, e claras? 
12. Há o costume de falar em vencedores e vencidos. Mas qual é a realidade?

A propósito da sessão recente na AR em que decidiram celebrar (???) 49 anos passados sobre esse evento de 1975, os capitães de Abril Vasco Lourenço e Sousa e Castro, outros militares e civis, vieram a público tecer algumas considerações.

Continuo a ver nisto tudo algumas coisas estranhas e, sinceramente, merece-me pouco respeito quem continua a não querer esclarecer completa e cabalmente o evento de 75.
Porquê?
Porque, na minha opinião, com os seus silêncios e meias palavras assim continuam a contribuir para o surgimento à luz do dia de uma cambada de malandros, idiotas, e muito perigosos farsantes. 
O não cabal e definitivo esclarecimento dá azo à retórica e má acção (opinião pessoal, naturalmente) de Venturas e quejandos. 
É mau para a Democracia. 

Indo às minhas questões/ dúvidas/ perguntas supra, SIM, a revolução continuou nos dias seguintes ao 25NOV75.
Para o PCP e as agremiações radicais à sua esquerda (com entendimentos diferentes; Cunhal escreveu sobre esses fenómenos), o caminho não foi o devido; para outros, o caminho foi limpo e lúcido. 

Presente as últimas declarações de que me apercebi, e o documentário passado na RTP3, creio que tenho algumas respostas, e 
arrisco dizer o seguinte:

- Em 25 NOV 75 algum juízo se restaurou, e creio que é razoável dizer  que em 25ABR74 se adquiriu a LIBERDADE, e em 25 NOV 75 ela não se perdeu, e assim se prosseguiu o caminho para instaurar o regime em que felizmente vivo. 

- Depois de 25ABR74, há eleições livres, cada português vota em quer quer, ou em branco, ou não vai às urnas (o que muito lamento, e sempre dou na cabeça dos que depois se me queixam; votei sempre, em todas as eleições), e os governos são formados com base nos resultados eleitorais. 
DEMOCRACIA, LIBERDADE.

- As datas para mim importantes são as de 25ABR74, 2ABR76 quando a CRP foi aprovada (infelizmente com a inscrição do rumo ao socialismo), e 10ABR76 quando foi publicada em DR. Outra data importante, a da primeira revisão da CRP, como importantes foram as das revisões seguintes.

- estou convencido que depois do 11MAR75, gradualmente, o PCP com a colaboração íntima de Vasco Gonçalves e muitos oficiais prosseguiram a sua estratégia de ganhar o poder, o poder do colectivismo, ao ponto de preparem (estou convencido, mas admito estar enganado) nos meses seguintes o assalto "por dentro" às Forças Armadas (FA) com recurso, nomeadamente, à formação de oficiais e sargentos em cursos de tropas especiais das FA. Creio que isso foi travado em 25NOV75.

- estou convencido que algures durante a vigência do IV governo provisório, o PCP e as suas várias organizações (civis e dentro das FA) começaram gradualmente a perder algum controlo da situação, e começam a emergir as linhas Otelistas de esquerdas radicais, com a inerente e crescente indisciplina em quartéis, e um pouco por todo o lado (questão 10).

- estou convencido de que a famosa declaração de Melo Antunes salvo erro na noite de 26NOV75, foi a confirmação do que fora combinado com Cunhal (compreendido por este), quer por Melo Antunes quer por Costa Gomes.

- também estou convencido de que, se no seio do grupo dos NOVE, e sobretudo em Melo Antunes e mais dois ou três deles próximos havia um objectivo claro quanto ao regime a instituir no país e ao desenvolvimento do país, duvido muito que o pensamento e objectivo desse restrito grupo fosse partilhado por outros deles.

- estou convencido de que é correto o que escrevi em 1, 2, 3 e 4 supra.

- posso estar a ser injusto mas, estou convencido que o real papel (questão 9) de Otelo (o grande e inesquecível responsável militar de 25ABR74) depois de 11MAR75 e até 24 NOV 75 foi ir deixando degradar a situação militar, mais pelo silêncio e indecisões, e assim ir na prática incentivando a indisciplina dentro de quartéis e, tacitamente, apoiando linhas radicais fora do controlo do PCP; no documentário da RTP ouvi a afirmação de Vasco Lourenço de que estava convencido que a ordem para os pára-quedistas teria partido de Otelo. Numa recente entrevista que li na TSF, à pergunta - qual o papel de Otelo?Sousa e Castro respondeu - NADA.

- quanto à minha questão 5, estou cada vez mais convencido de que o grupo dos NOVE sabia perfeitamente que Otelo permanecia impávido e sereno perante o avanço das agremiações esquerdóides dentro das FA, tal como relativamente aos avanços do PCP quer nas organizações civis quer dentro das FA, pelo que muito antes do 25NOV75, porventura algures na vigência do IV governo provisório, os NOVE prepararam-se para, militarmente, enfrentarem insubordinações; nas palavras de Sousa e Castro - se e quando alguém saltasse.

- quanto à minha pergunta 6, sobre os fuzileiros, há nisto muita coisa para mim obscura. Creio ser rigoroso afirmar que a componente fuzileiros da Marinha era muito forte, armada adequadamente e numerosa. Sem desprimor, a noção que tenho é que por exemplo não andaram a fazer como o que creio aconteceu com os Comandos, nos últimos tempos antes do 25NOV75, chamarem para as fileiras comandos que já estavam na disponibilidade.

Por outro lado, uma das coisas por esclarecer, é sobre aquilo que está na narrativa que desde sempre se tem ouvido, de que os fuzileiros ficaram nos quartéis porque chegou a ordem - já não é para sair. Quem deu a ordem? Foi alguém dentro da Marinha? Foi alguém de partido político, porventura do PCP ou com ligação estreita a ele (militar de Marinha)?
A narrativa que sempre correu aponta normalmente para um conhecido oficial de Marinha. Mas no documentário que passou na RTP3, ouvi um sorridente Rosa Coutinho a dizer que ele conseguiu isso, que os fuzileiros não saíssem.
Qual a verdade? 
Uma coisa creio corresponder à realidade desse tempo, a de que a chefia directa na estrutura fuzileiros obedeceria apenas à hierarquia que estava estabelecida, obedeceria ao PR Costa Gomes. Coisa nada do agrado de quem estava contra os NOVE.

- quanto à minha questão 8, estou convencido de que aqui reside muita da incomodidade do PS e dos vivos do grupo dos NOVE. A ligação de então, a ligação a grupos "esquisitos", o que leva depois dessa data a uma reserva enorme, o que leva ao inconfessável. 
Estarei a acertar, ou estou enganado?

- estou convencido de que quanto às minhas questões 11 e 12, ouvir ao longo dos anos representantes da Associação 25 de Abril, ouvir outros militares, ouvir os vários documentários sobre o 25 de Abril e sobre o 25 de Novembro, ou ler certos blogues, ou ler o que alguns vão escrevendo nas redes sociais sobre casos concretos que por acaso um ou outro até são rigorosamente conhecidos por bons amigos meus (e não o que agora apenas parcialmente pintam esquecendo o que não lhes convém) nisso encontro quase todas as repostas. Naturalmente que uma revolta militar, um movimento militar, e o que se lhe seguiu, é um processo muito complexo. Eu sei.

- Mas se estou muito grato aos que instituíram o regime onde felizmente vivo, embora por vezes com alguma tristeza por coisas que subsistem, e que já deviam ter sido resolvidas e definitivamente erradicadas, não posso deixar de lamentar a permanência de tabus.

- Passados já mais de 50 anos, era mais do que tempo de contar as verdades todas, mesmo que doesse a certos comentadores, a certos herdeiros políticos, a certos ex e actuais titulares de órgãos de soberania, a certos pais da Pátria.

- Deixei propositadamente para o fim as minhas interrogações condensadas na questão - "as detenções pós 25NOV75", "a instauração de processos", "a reintegração" e "as vagas de condecorações" nomeadamente de Marcelo.

E à minha pergunta - em nada disto há casos estranhos? - não tenho respostas, mas tenho algumas convicções.
Começo pelo fim, as vagas de condecorações impostas por Marcelo.
Revejo-me nas palavras de Sousa e Castro que li na TSF - porque ele só homenageia oportunisticamente.

- "as detenções pós 25NOV75"- certamente inevitáveis. Provavelmente houve alguns abusos, não sei.

- "a instauração de processos"- desconheço esses processos, mas imagino que na maioria tenha tido saudável legitimidade administrativa decorrente da realidade, decorrente de que os NOVE estavam vencedores, e a hierarquia militar foi escrutinada. 
Houve abusos? Desses tempos haverá algumas coisas a criticar? 
É bem provável. Desconheço detalhes.

Mas o que não desconheço é que um homem como Salgueiro Maia foi ostracizado dentro do Exército. Porquê? Gostava de saber. 
Como gostava de melhor perceber como e porquê ocorreram certas catapultagens militares. Houve complacência dos vencedores?

- "a reintegração"- gradualmente, ao longo do tempo, foram abertos processos para reintegrar oficiais afastados no pós 25NOV75.
Naturalmente desconheço completamente o assunto. 
Conheço quem sabe alguma coisa desses tempos, das reintegrações.
Do muito pouco que ouvi, a sensação que tenho é a de que houve casos peculiares. E não me estou a referir ao estranho caso de Valentim Loureiro. Fico por aqui.

- "as vagas de condecorações"- são uma das facetas que na nossa história democrática me fazem recordar algumas coisas do Estado Novo. E nesta afirmação não estou a referir-e ao caso particular dos militares, NÃO, estou a referir-me a esta coisa anacrónica (opinião pessoal naturalmente) que é a seguinte: sai de cargo importante na enorme máquina do Estado, toma lá condecoração da praxe.

Por acaso já houve pelo menos uma situação de inexistência de condecoração, por uma questão higiénica. Sócrates, depois de ser PM não levou a condecoração da praxe.

Há um outro caso no mesmo âmbito, mas a não condecoração deveu-se a uma coisa diferente e que pouco abunda em certos meios, e se define assim: dignidade, integridade, seriedade, probidade, honestidade intelectual. Refiro-me a Passos Coelho, que mandou Marcelo à fava.

Mas voltando às condecorações, às vagas de condecorações que Marcelo impôs a inúmeros militares (diz-se que em função das listas apresentadas pela Associação 25 de Abril) para lá da CERTAMENTE MAIS QUE JUSTA HOMENAGEM, será que não houve nisso, também, um querer apaziguar consciências de alguns por coisas do passado recente?

Tenham um bom resto de dia, saúde, e arranjem muita paciência.
Sim, porque Portugal continua com a casa por arrumar. Penso isto!


António Cabral (AC)
AMÁLIA

Tenham uma boa 4ª feira, saúde e muita pachorra!
AC
CULTURA

. . . . . 
Os casos vi que os rudes marinheiros,
Que tem por mestra a longa experiência,
Contam por certos sempre e verdadeiros,
Julgando as coisas só pela aparência,
E que os que têm juízos mais inteiros, 
Que só por puro engenho e por ciência
Vem do mundo os segredos escondidos,
Julgam por falsos ou mal entendidos.
. . . . . . 
(Lus., V, 17.)

AC

A MINHA CURIOSIDADE,  A MINHA ÂNSIA E INCONFORMISMO LEVAM-ME A, CADA VEZ MAIS OBSERVAR, QUEM ESTÁ NAS PARAGENS DOS AUTOCARROS, O "RECHEIO" NOS CARRINHOS DE COMPRAS NOS SUPERMERCADOS, OS ANDANTES  SOBRE AS TROTINETES, QUEM COMPRA OS JOGOS DAS RASPADINHAS, QUEM ANDA NOS CENTROS COMERCIAIS E NÃO ENTRA NAS LOJAS, OS PAGAMENTOS DE COMBUSTÍVEL (20, 25, 30€). 

O QUE OBSERVO AJUDA-ME A PENSAR E COMPARAR COM O QUE É ANUNCIADO NOS OCS.

António Cabral

REVOLUÇÃO do 25 de ABRIL
Ideologia
Como se sabe, o 25 de Abril não tinha ideologia. E exactamente na medida em que não tinha ideologia, os oficiais que o fizeram não se propunham construir um "regime novo" - mas apenas acabar com o velho . . . . . 
Porém, dez anos depois do movimento militar, o país verifica também que existe afinal uma "ideologia do 25 de Abril".
. . . . . . . .
Ela é a de um grupo de oficiais e civis que tem como símbolo o major Vasco Lourenço. Por que é que isto aconteceu não se sabe ao certo.
Por que é que . . . . . foi Vasco Lourenço . . . . . que ficou para a história como o depositário do "verdadeiro espírito do 25 de Abril e o seu capitão por excelência", é coisa que provavelmente nunca se apurará.
O que se sabe é que o 25 de Abril, que há dez anos não tinha ideologia, hoje tem.
Ela situa-se claramente na área da esquerda, entre o Partido Socialista e o Partido Comunista.
(José António Saraiva, 28.04.84)

AC 
27  NOVEMBRO  2024
> 1199 - Guarda fundada por foral de D. Sancho I
> 1701 - Nasce Anders Celsius
> 1807 - Família Real e séquito embarcam nos navios para depois fugiram para o Brasil e evitar captura pela forças invasoras Francesas
> 1918 - Sidónio Pais dá posse à delegação nacional à Conferência de Paz
> 1955 - Faleceu Luís de Freitas Branco
AC

A MINHA CURIOSIDADE,  O MEU PRAZER POR VIAJAR NO MEU PAÍS,  PARTICULARMENTE PELOS INTERIORES TANTOS E TÃO VARIADOS E ALGUNS OU MESMO MUITOS TÃO DESPREZADOS,  OBSERVAR A CULTURA,  A ARQUITECTURA,  O DESORDENAMENTO TERRITORIAL, AS GENTES E A FALTA DELAS EM TANTO SÍTIO,  LEVA-ME A QUERER PROSSEGUIR,  CADA VEZ MAIS,  NESTE PORTUGAL TÃO MALTRATADO,  ONDE ALMEIDA GARRET FOI,  NO SEU TEMPO,  UM MESTRE DE VIAJANTES.

EU VIAJO COM A MINHA BELA NIKON, SEMPRE.

António Cabral

terça-feira, 26 de novembro de 2024

PRESUMO 
Presumo que o "perdócio" vá prosseguir no descascar na cerimónia de ontem na AR.
Há coisas imutáveis.
O homem que há umas décadas usava o casacão de cabedal comprido, à STASI ou KGB, não deixará de continuar a vender a sua narrativa.
Até acho curioso como ele não desmente afirmações como as que ontem ouvi novamente na RTP3.
Entre outras, as de Vasco Lourenço, que estava convencido que Otelo deu a ordem para os pára-quedistas saírem. 
AC 
Se PS e PSD têm medo de uma eventual vitória de Henrique Gouveia e Melo nas próximas eleições presidenciais, têm bom remédio: encontrem melhores candidatos do que o almirante.

Absolutamente de acordo.
Arranjem melhor.
Arranjem melhor e não só que Gouveia e Melo, arranjem melhor que Marques Mendes, Augusto Santos Silva, Santana Lopes, Mário Centeno, Carlos César, António Vitorino, Passos Coelho.

AC
LIDO POR AÍ
(SUBLINHADOS DA MINHA RESPONSABILIDADE)

Existe um lado cómico, na data que hoje se assinala, corporizado por um sem-número de almas equivocadas, que acredita piamente ter sido a direita a planear e a executar o 25 de Novembro.

Como se Ramalho Eanes, Melo Antunes, Vasco Lourenço e a maioria das personalidades do Grupo dos Nove não fossem de esquerda.

Como se a força política determinante para o sucesso do 25 de Novembro não tivesse sido o PS de Mário Soares.

Ainda assim, existe quem, à direita, queira transformar o 25 de Novembro no seu 25 de Abril.

Existe até quem garanta que foi neste dia que o Gonçalvismo foi derrotado, quando Vasco Gonçalves, já incompatibilizado com Otelo, tinha sido substituído por Pinheiro de Azevedo dois meses antes.

Acontece que a única direita com papel relevante na crise de 75 foi a dos terroristas do ELP/MDLP, um dos quais esteve hoje sentado no hemiciclo, a aplaudir de pé o mesmo Ramalho Eanes que derrotou o seu grupo de mujahedines, responsáveis por inúmeras mortes e atentados à bomba nos anos que se seguiram a verdadeira a única revolução.

A bem da verdade, diga-se que foi precisamente essa direita fascista e terrorista a grande derrotada do 25 de Novembro, a par da extrema-esquerda militar. Porque nem o PCP foi ilegalizado, nem as suas aspirações de fazer o país regredir para uma nova ditadura foram bem-sucedidas. André Ventura é herdeiro de plano direito dos derrotados do 25 de Novembro. Por muito que se queira fazer herdeiro do carrasco dos seus antepassados políticos.

Lamento informar, mas, no capítulo da organização de revoluções, golpes e contragolpes, aquilo que resta à malta da direita é o 11 de Março. Mas eu, se fosse a eles, não me metia nisso.

Creio que há no texto supra muita realidade concreta.
AC

CULTURA

Nada mais arde a Sul da morte:

gota a gota perdeu-se o Sol de vidro,

as mãos de celofane, o dia azedo.

O real sabe a carne,

o tempo não é esquivo.

. . . . . . . .

(Pedro Tamen)

Bom dia, boa 3º Feira, Saúde

AC 

26  NOVEMBRO  2024
> 1945 - Estreia mundial do filme "Casablanca"
> 1949 - Primeiro edição do jornal desportivo "O Record"
> 1967 - Lisboa, chuvadas brutais, cheias imensas na zona da grande Lisboa, centenas de mortos, muitas casas e infra-estruturas destruídas
> 1974 - Argel, assinatura de acordo Portugal-São Tomé e Príncipe rumo à independência
> 2003 - Último voo do Concorde
AC
 FIM DE TARDE
AC
25NOV2004, AR, Sessão Solene sobre 25NOV75
Houve recepção protocolar ao PR, ouviu-se o Hino Nacional, houve rosas brancas. Pessoalmente, vejo como mais apropriado lembrar este nebuloso evento de forma mais marcada em 25NOV2025 ou seja, ao passarem 50 anos sobre essa data. Adiante.

Os Capitães de Abril fizeram o 25ABR74. Apenas eles.
Foi uma revolta militar, um movimento militar. Particularmente no Exército, havia imensos oficiais que já tinham três ou quatro comissões militares em África, de 21 ou 24 meses. É fazer as contas, como dizia o outro. É imaginar o desalento, o cansaço, e recordar os milhares de mortos e feridos e traumatizados sem fim.

Mas a boa "inundação" popular transformou a revolta militar.

Muitos dizem que imensos oficiais das Forças Armadas (FA) tinha formação política. Eu prefiro dizer que eram vários, porventura mais na Marinha de Guerra (como então se designava a Marinha) e no Exército. Melo Antunes mostrou ser um deles, com uma bagagem intelectual e política muito superior à dos restantes.

Alguns desses, ao longo dos anos, olharam com superioridade às vezes mesmo quase a roçar um quase condescendente mas delicado desdém para outros camaradas de armas, até para alguns dos seus próprios cursos de formação na Escola Naval e na Academia Militar.  

Um dos problemas que persiste na sociedade portuguesa incluindo nos militares nomeadamente desde os tempos da guerra em África até particularmente aos anos 90 do século passado, é esta irritante superioridade moral e de supostos conhecimentos que só eles teriam, os vanguardistas, e o resto da ignara plebe pouco ou nada.

Conheço particularmente um militar, almirante reformado, e que é o meu melhor amigo militar, e conheço muito da sua vida e particularmente da sua família alargada.

Esse meu amigo teve, na família alargada, por exemplo, um tio por afinidade que quase não conheceu. Era casado com a irmã mais nova da sua avó materna. Era um homem de família muito abastada, de Portalegre, e foi o primeiro a dar vivas à República naquela cidade. Depois, foi preso durante o Sidonismo, e esteve uns meses detido nas masmorras do Forte de São Julião da Barra (hoje tutelado pelo chamado Ministério da Defesa Nacional (MDN) mas de facto ministério da tropa, apenas). Há época, quando a maré ficava cheia, os presos "ficavam todos contentes" com água salgada algures por meio da canela. Essas masmorras, foram eliminadas depois do 25ABR74 e, no presente, são um espaço para grandes recepções oficiais.
Essa estada no forte foi o começo do fim dele.

Esse meu amigo almirante teve um outro tio, bastante mais novo, casado com a irmã do pai. 
Era um relativamente calmo homem do reviralho. 
Foi durante algum tempo professor na velha Fragata D. Fernando II e Glória que, fundeada no Mar da Palha, albergou durante anos a Escola de Marinheiros da então Marinha de Guerra. 

Fragata que foi quase toda consumida por um incêndio, e recuperada mais tarde para a Expo 98.
Escusado será dizer que esse tio foi lá professor pouco tempo, depois teve de ir para Angola. Coisas da "política" dessa altura. Foi por esse tio que ao meu amigo almirante foram aparecendo luzes "políticas", foi por ele que os títulos de certos livros e certas revistas foram sendo conhecidos. Nunca percebi como é que esse tio do meu amigo almirante era íntimo de Rosa Coutinho.

Mas voltando ao 25 de Abril, cedo se verificaram clivagens no MFA.
Creio que elas sempre existiram mas foram sempre relegadas para segundo plano até . . . . . ser conveniente? 

E a propósito de clivagens, a solenidade de hoje evidenciou que clivagens persistem. E persistem algumas alarvidades.
Se há críticos ferozes de Marcelo Rebelo de Sousa eu sou um deles. Isto dito, ouvir uma tonta dizer que ele desvalorizou a Constituição leva-me a procurar adjectivos para qualificar a afirmação. Eu respeito, SEMPRE, a opinião de outrem, concordo ou discordo. Neste caso, discordo liminarmente, e convicto continuo de que a criatura é mesmo tonta.

Passou mais um 25NOV e quem sabe e está vivo continua a querer manter-se o "dono disto" e sobretudo o dono do 25 de Abril e do 25NOV75.

E não explicam o que realmente se passou.
Há dias já aqui deixei uma série de perguntas que gostava de ver definitivamente esclarecidas. Creio que o tabu vai continuar.

Mas, casualmente, fui chamado há bocado à sala e segui uma boa parte  do documentário de 2000 feito pela RTP e passado agora na RTP3.
De tudo registei declarações de Otelo e de Vasco Lourenço e Rosa Coutinho.

Pelo que ouvi, fico mais convicto de que o PCP e Álvaro Cunhal já não controlavam muita coisa, estavam a ser ultrapassados pelas esquerdas radicais.
Pode afirmar-se que a famosa declaração de Melo Antunes foi a confirmação do que fora combinado com Cunhal, quer por Melo Antunes quer por Costa Gomes? Cheira-me que sim.

Para lá das minhas já citadas dúvidas uma das coisas que gostava de ver bem esclarecidas era sobre o enquadramento e o controlo do processo dos pactos MFA-partidos políticos. Mas vai ser outra coisa que não vou ver clarificada.

Culminou no 25NOV75 uma corrida que existia há meses entre, Otelo e esquerdas várias de um lado, PCP e suas organizações por outro, e PS e partidos à sua direita coligados com os militares moderados e com esquerdóides tipo MRPP, AOC, PCP-ML?
Creio que sim.

Uns dizem que é ultrajante reescrever a história.
Outros, ao reescrevê-la, já não acham ultrajante.
Outros, ao não contarem as verdades, não acham ultrajante.
Outros ainda, consideram que a história reescreve-se, dia após dia, tal como se constrói, dia após dia.

Por mim e como já escrevi, com o 25NOV75 colocou-se algum juízo nisto tudo.
E, como tantas vezes aqui escrevi e sempre o disse verbalmente em família e com amigos, felizmente vivo neste regime, o que não quer dizer que não me revolte com muito do que acontece.

Estou um bocado farto dos arautos que se arrogam da sua legitimidade e autoridade histórica mas, como lhes é típico, pedem sempre desculpa dos erros, não param de os continuar a cometer, não param com a demagogia e a mentira, não decidem, e sempre demonstram que a cultura do verbo/ da palavra/ da oratória, se sobrepõe à cultura da acção, em que esta é que pode mudar a sociedade. Não as tretas.

E assim têm ajudado ao longo de anos a aparecerem certos eleitos que dizem barbaridades como hoje ouvi num dos últimos discursos na AR. Barbaridades é dizer pouco!

Estou farto de consensos pela inação.
Estou farto de folclores de amanhãs que cantam e de malandragem radical.

E sim, parece-me razoável dizer-se que a liberdade veio felizmente com o 25 de Abril de 1974 e que a partir de 25NOV75 ela não se perdeu.

António Cabral (AC)

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

AINDA O 25 NOVEMBRO 75

NÃO SEI SE ANDO DISTRAÍDO, MAS IA JURAR QUE VITAL MOREIRA NÃO DISSE AINDA NADA SOBRE O 25NOV75.

AC

AVISOU
Avisou que chegou a hora do Estado português seguir os exemplos que vêm de fora, da Suécia, Noruega e Finlândia, e que a população deve estar informada, de forma aberta, de forma esclarecida e esclarecedora. Isto foi afirmado a propósito da Rússia.

Há muitos anos que algumas pessoas cá dentro e até lá de fora pugnaram para que os titulares de órgãos de soberania olhassem para esses países, para a sua organização como sociedades. Seguissem os bons exemplos.

Mas, infelizmente, como se continua a verificar, o estado da sociedade portuguesa está muito longe de ser a ideal.

No plano internacional, no plano da geopolítica fala-se, e bem do meu ponto de vista, no desgraçadamente "quarteto do caos".

Cá dentro, para nossa desgraça, continuamos com vários e trágicos "quartetos do caos".

Não é por acaso que estamos como estamos, como continuamos, passados que são mais anos do que durou a ditadura militar (7) mais a ditadura do Estado Novo (41). (48; os Pachecos e outros e outras, gostam muito de não distinguir; e esquecem-se sempre de fazer esta comparação, lembrando que o regime
onde felizmente vivo leva mais do que esses 48).

Bom dia, e tenham uma boa semana. Saúde.
AC

Política Tuga, Jornalismo Tuga, Não Saímos disto

Pode entender-se, é certamente natural e legítimo, que façam o maior dos esforços para vender os jornais e revistas onde trabalham, para conseguirem a melhor posição possível quanto a audiências nos canais televisivos onde trabalham.

Pode entender-se até que, à pala da proteção das fontes, muitas vezes escrevam e digam algumas vacuidades, que atirem o barro à parede a ver se pega.

Mas já é difícil engolir tanta incompetência, e tanta superficialidade e, particularmente, a costumeira não verificação de dados disponíveis.

O caso dos professores ou da falta deles é um dos exemplos.

Outro exemplo, as questões da habitação, dos bairros (???) de gritante degradação como por exemplo entre muitos, nos arredores de Almada (Caparica, Penajóia), no Seixal, etc.

Outro exemplo, em tudo o que respeita a Forças Armadas.

Outro exemplo, a telenovela Gouveia e Melo candidato.

Não saímos disto, da superficialidade, da incompetência, do servilismo, do compadrio, da ausência de rigor, do tão poucochinho esqerdalhóide da treta. 

Outro exemplo? É ler Pacheco Pereira no "perdócio", e avaliar.

Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem, concordo umas vezes, discordo outras. 

Mas procuro ser isento e rigoroso. Penso pela minha cabeça e quando erro, me engano, quando descurei outras perspectivas, não tenho problema nenhum em dar a mão à palmatória. Reconheço como sempre fez Bento de Jesus Caraça.

Mas é cada vez mais insuportável para mim o tão baixo nível que por aí se vê. Na política, no jornalismo. 

Naturalmente, admito estar a ver mal algumas coisas.

AC

E  CADA  VEZ  SERÁ  PIOR
Dois terços das vagas para contratar jovens médicos de família ficaram por ocupar.
Estamos a formar cada vez mais médicos de família mas a reter cada vez menos no Serviço Nacional de Saúde, lamentam os dirigentes das associações que representam estes especialistas
.


Será preciso fazer um desenho para perceberem, senhores deputados, TODOS?
AC
Quando vou trabalhar, passo no Pragal e vejo pessoas a dormirem na rua. Os políticos não conhecem a vida das pessoas. Se vissem o que eu vejo todos os dias, iriam pensar de outra maneira
Manuel Silva
Morador
(retirado do Público)

Este morador, tal como milhões de outros, está completamente enganado.
Não iriam pensar coisa nenhuma.
Estes 50 anos são eloquentes quanto aos sucessivos titulares de órgãos de soberania. Há honrosas excepções.
AC
FOTOGRAFIA

AC
25  NOVEMBRO  2024
Dia pela Erradicação da Violência contras as Mulheres
Dia de Sta Catarina
> 1510 - Afonso de Albuquerque conquista Goa
> 1638 - Nasce Catarina de Bragança, futura mulher do rei inglês Carlos II, e que introduziu a moda do chá na corte
> 1845 - Nasce Eça de Queirós
> 1914 - Portugal tem o seu primeiro embaixador no Brasil
> 1975 - Forças conotadas com a extrema esquerda tentam um golpe militar, em poucas horas fracassado, marcando assim o fim do PREC
> 2024 - Na AR, espantosamente, realiza-se uma cerimónia sobre o 25NOV75, passados que são 49 anos sobre esse acontecimento
AC
SOBERBA  13 
Além do mais, ajudou a momentaneamente esquecer as parvoeiras que vão por aí.
AC

domingo, 24 de novembro de 2024

NÃO CONHEÇO O PENSAMENTO DELES . . . . .

AC

DEPOIS de LHE PERGUNTAREM...........
QUER SER VOCÊ?

António Cabral

SUBMARINOS

"Outro dia" em mais um daqueles artigos esparramado naquilo que persistem em nos querer convencer que é "referência" (???), escreveram que Gouveia e Melo quer mais dois submarinos. 

O escriba passa por ser especialista (??) em assuntos de defesa e assuntos militares. 
Já agora, convém de novo salientar que defesa nacional e forças armadas (FA) não são sinónimos. REPITO, não são sinónimos!
As FA constituem-se como um dos pilares da defesa nacional, é o pilar militar, a par de outros, como a diplomacia, economia, etc.
É o pilar militar . . . . até ver!

Muitos (eu escrevi muitos?) concidadãos se interrogam e não é de agora, quanto a questões militares e, por exemplo, em particular, sobre a questão dos submarinos.

Eu não sou especialista, sou um modesto mas de há décadas muito interessado cidadão nas coisas do meu país e também nestes assuntos porque, contrariamente à superficialidade com que a maioria quase tudo aborda, a necessidade da capacidade submarina que Portugal tem, e que desde 1913 conseguiu obter, é uma consequência directa da nossa história. 
Tem a ver com a nossa posição geográfica, e até com as tradições marítimas.

Portugal, pela Marinha de Guerra até pouco depois do 25 de Abril de 1974 e daí para cá apenas pela designada por Marinhaantes da actual (os submarinos Arpão e Tridente construídos na Alemanha), teve 4 esquadrilhas:

1ª - 4 submersíveis, de construção italiana, entre 1913 e 1935, 
2ª - 3 submersíveis, de construção inglesa, entre 1934 e 1950,
3ª - 3 submersíveis, de construção inglesa, entre 1947 e 1969,
4ª - 4 submarinos, de construção francesa, entrando ao serviço em 1967, um cedido depois ao Paquistão em 1975, e os outros três sendo progressivamente desativados a partir de 2000.

Natural e legitimamente que a esmagadora maioria dos cidadãos quando ouve referir certos números, certas despesas, se questiona - mas para que é que se precisa disto?

Como acontece habitualmente, poucos se questionam como lhe aparece a comida na mesa isto é, de onde vem o que aparece no prato ou está no frigorífico. Se é produzido em Portugal, ou é importado. Sabe-se dizer - está tudo tão caro. E de facto está!

E submarinos é das coisas mais caras que existem no mundo do chamado complexo industrial-militar.
A aquisição dos actuais dois submarinos (construção iniciada em 2005) foi bastante cara, e esta esquadrilha ao que se sabe tem desempenhado bem importantes missões.

Eu, que sou basicamente um leigo nestas matérias, há muito que me irritam os nossos políticos todos com muito escassas excepções.
Passaram 50 anos em Abril passado que o Estado Novo findou, que se abriu caminho para o processo de descolonização e, ESPANTOSAMENTE, nunca se tratou de definir com rigor se Portugal deve ter ou não Forças Armadas (FA). 
Eu considero que deve ter.

E se a decisão fosse ter FA, então haveria que definir que FA.
Mas não, diminuíram-se efectivos, cada vez mais, e lentamente e particularmente desde Guterres PM que se foram asfixiando financeiramente as FA. Todos os governos até este em funções.
Vamos aguardar o que este fará.

Voltando a Gouveia e Melo mas sobretudo aos submarinos, mesmo um leigo percebe que um país como o nosso, com três áreas separadas, com uma imensidão de água sobre a qual tem jurisdição, devia ter principalmente uma Marinha decente que deve ter submarinos e uma Força Aérea decente, com nomeadamente capacidades de vigilância e controlo das nossa áreas costeiras e oceânicas, do nosso espaço marítimo interterritorial, das riquezas potenciais que jazem nos fundos.

E nisto os submarinos são também um elemento importante.
Acresce o que podem e devem fazer, nos planos da segurança directa como no da segurança alargada.

Mas quando, como vem acontecendo nos últimos 30/ 35 anos, a vida nacional é sobretudo um regabofe, regabofe esse que já deu como resultado o aparecimento de agremiações inarráveis, nada se estabiliza na sociedade portuguesa.

Quando, 
- se vive alegremente com cidades com muito menos população que muitas freguesias, 
- se deixam anos e anos erigir e manter umas coisas em que por fora as paredes são de tijolo à vista e chamam-lhes casas e bairros e onde à vista de todos vivem (??) pessoas na maior das indignidades,
- todos os anos a fiscalidade muda, 
- em muitos locais permanece a INEXISTÊNCIA de saneamento básico e água canalizada,  
- demoram mais de dez anos para decidir se sim ou não dados processos vão para julgamento, 
. . . . . . . . 
. . . . . . . . . 
alguma vez o cidadão comum quer saber de Forças Armadas, de tropa, de submarinos? De cabos no fundo dos mares? de riquezas no fundo mar?

Quem vier atrás que feche a porta, certo?
Veremos se, quando baterem com a porta, as paredes não caem!
Aguardemos.
AC