QUESTÕES de SAÚDE em PORTUGAL
Há dias (não foi logo no directo) fui ver e ouvir um programa moderado pelo jornalista Carlos Daniel sobre aspectos de saúde em Portugal.
Gostei do que ouvi.
Mas, mais uma vez, algumas pessoas quando confrontadas com alguma coisa que está mal na área onde trabalhavam ou trabalham saltam logo ligeiramente irritados, denunciando aquele tique muito típico de certas "elites" - estás a atacar-me!
Foi a sensação que me deu a primeira intervenção do ex- director geral de saúde (ex-DGS). Quando, óbvio para quem seguisse com atenção, que a peça e como aliás o restante programa, evidenciou muito o que de muito bom já se conseguiu na saúde em Portugal depois do 25 de Abril.
E se a peça mais não mostrou de bom e do ainda menos bom, foi porque não houve mais autorização parar visitar, filmar, perguntar. O que é interessante mas, sobre isso, o ex- DGS nada comentou.
Vem isto a propósito não só do ex-DGS que, creio, esteve no cargo mais de 2 décadas o que é curioso, mas de casos actuais.
Dois para começar.
SARAMPO
Verifica-se um gradual aumento de casos desta doença. Muitos factores são possíveis enumerar explicativos ou não.
Mas existe um aspecto que é, para mim, CHOCANTE.
Como classificar um País, uma sociedade, uma classe médica, um director geral de saúde, um ministro da saúde, quando se constata que existem muitos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, pessoal técnico auxiliar por exemplo em salas de operações) que não estão vacinados como estabelece o catálogo respectivo?
O mínimo a dizer é - uma pouca vergonha, um porreirismo nacional, uma incompetência dos arautos enfatuados, com e sem laço.
Lamentável.
DÁDIVAS de SANGUE
Há muito tempo que certas dádivas de sangue saem de pessoas que, pelo seu trajecto pessoal, deviam ser verificadas, apenas por uma simples e óbvia norma geral de saúde pública.
Não tem nada a ver com crítica a modos de vida.
Verifica-se que da área do ex-DGS terá saído em 2016 uma norma requerendo (presumo que com um certo carácter de urgência, e já atrasado) um estudo aos riscos associados à dádiva de sangue por pessoas homossexuais e bissexuais, de forma a verificar se existe alguma correlação com um aumento de probabilidade de haver sangue contaminado com vírus sexualmente transmissíveis.
Aparentemente, nada andou e, se assim for a triste realidade, é mais um virar de página.
No governo anterior, palpita-me bem que nesta matéria como em outras, ainda nem sabiam da página.
Por isso, e desde há décadas, quando ouço palrar George's, e outros, procuro ouvir, e como tenho ainda alguns médicos na família e muitos amigos médicos, vou confirmando o muito que se evoluiu mas, também, que alguns gargarejos soam mesmo a aves canoras e pífias.
E confirmo a permanência de casos muito preocupantes em Portugal.
Como aprendi há ligeiramente mais de 5 décadas, primeiro realçar o que é de exaltar mas, depois, não esconder falhas e indicar como melhorar.
Mas, para variar, devo ser eu que estou tolinho.
AC
Ps: nestas como em outras áreas, seria muito interessante averiguar a evolução do catálogo de vacinas isto é, investigar-se e publicar-se nos OCS (se fossem capazes e competentes), as vacinas que passaram a ser obrigatórias e em que datas e quem na altura governava e quem era DGS, e quando algumas vacinas deixaram de ser obrigatórias também com datas governo e DGS.
Seria muito interessante.